sábado, 5 de janeiro de 2008

Ele precisa ser livre

Quando conheceu a beleza... soube que havia nascido eternamente para amar. Para amar, viu... e não para ter uma dessas sensações modernas, frívolas do momento, para morrer de amor. Mas, pra morrer mesmo, aos moldes da juventude romântica embriagada na mais singela poesia de Álvares de Azevedo e Lord Byron.
Como demonstrar tamanho sentimento perto do conceito ocidental de amor, livre, libertário, transgressor, de amor que nada tem para dar e nem receber. Como amar, sem ser amada?! Dúvida cruel, nada quer dar sem receber em troca.
Ou pior, amar o amor que ama mais a si mesmo que o próprio amor. Muito confuso tanto amor na vida dela, mas é assim, ela tem vários amores: o cachorro, o colega de serviço, a vista do parque, o pássaro que canta em sua janela, a roupa nova, um bom jantar. Ah... mas faltam algumas coisas: muito espaço na cama de casal, um banheiro individual, uma tevê privada e inúmeros dias de eterno solilóquio. Pobre essa nossa amiga, ela que tanto quis ter o amor, egoísta, ignorou que o amor precisa ser livre.